Meu corpo
é feito de carne,
tem calor de sangue,
que tem cor de vinho,
que embriaga,
que arde,
que tira os sentidos...
Meu corpo é feito de pão,
de desejo, de tesão,
é feito de pó,
de pêlos, de cheiros,
de pele e de química.
Às vezes repele,
outras aproxima...
Meu corpo é feito de língua
de saliva, de suor,
axila, virilha, mãos e pés...
meu corpo tem gosto de beijo,
às vezes tem cheiro de queijo,
de peido, de bafo, chulé...
Meu corpo, tão rico e tão pobre,
é também muito nobre:
tem amor, tem paz, tem luz...
tem culpa e tem calma...
Meu corpo é a morada da alma,
a semente plantada
por Deus...
Meu corpo, esse sou eu:
tão profano quanto sagrado,
tão sagrado quanto profano,
e acima de tudo HUMANO…
(Daniel Lisboa Soares - Set/2006)
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